Aparentemente estamos normalizando a vida pós pandemia, aparentemente estamos voltando ao que era, quer dizer, em partes. É certo que houve algumas inserções de práticas que antes da pandemia (A.P), pareciam impensáveis e hoje já são consideradas comuns. Você no seu dia a dia irá perceber que, ao olhar para o lado e se deparar com alguém fazendo o uso de máscara é tão normal quanto era olhar um oriental pela T.V que já fazia o uso desse acessório, mesmo antes de existir a possibilidade de uma catástrofe como a Covid-19.
No seu dia a dia, você irá se deparar com novas práticas e que agora são consideradas comuns, também existe a situação contraria, por exemplo, o não uso do álcool gel a todo instante. Facilmente estranhamos quem não mantem essa atitude como regular. Práticas e condutas que, normalizamos, convencionamos, aceitamos como uma nova condição e mesmo assim, a vida tem prosseguido, aparentemente "normal".
Algo que notei ao voltar para a vida fora das restrições, foi que algumas posturas presentes no ambiente coorporativo tiveram dentro da pandemia o seu alicerce e respaldo e logo conquistaram um espaço que até então era visto com certo preconceito. Hoje essas práticas têm sua força e defesa muito bem embasadas. Algumas dessas novas condições dos ambientes corporativistas e mercadológicos são das reuniões online, dos escritórios em ambientes virtuais e de investimentos considerados apenas pela leitura de relatórios maçantes com respaldos em Dashboards e gráficos em B.I, são das ações automatizadas e das inteligências artificiais que nos tratam apenas por comandos e padrões e códigos binários. Hoje, tudo dentro do Business se tornou On Demand, e percebo que ao trilhar por esse caminho estamos perdendo algo. Essas condições a nos impostas e hoje tidas como comum, tem sua relevância e importância, o que não pode ser desprezado é que ao considerar ou incluir uma nova prática, uma outra foi deixada. E o que está sendo colocado de lado?
Estamos deixando escapar uma característica que entendo como crucial na relação de um indivíduo pertencente a uma sociedade, ainda que esse indivíduo esteja voltado exclusivamente em um cenário de negócios, o que é impossível, sinto que estamos perdendo uma característica de humanidade, que estamos deixando de ser exclusivos no trato com as pessoas com quem interagimos. Ficou de lado a relação pessoal, abandonamos, o que um dia já foi corriqueiro em uma negociação de sucesso. Nessa nova vida normal ficou de lado, por exemplo, a prática de selar uma negociação dando as mãos em sinal de acordo fechado, ainda que simbolicamente.
Gesto esse que a cada dia que passa se torna ainda mais obsoleto. Sinceramente, questiono aqueles que não dão o devido valor a esse ato, esse gesto ainda tem o seu apreço para alguns.
E esses poucos, são aqueles que não se curvaram a essas novas maneiras de relacionamento dentro do mundo dos negócios, existem os empresários, os diretores, empreendedores, os profissionais que são tidos como "roots", ou como prefiro dizer, N.E (Negociador de Elite), e estes não aderiram as essas práticas de pós pandemia (P.P). Os "N. E" querem ser vistos, e querem ver, manter o contato, o olho no olho, perceber as nuncias e a segurança da sua voz em uma negociação, eles querem avaliar sua postura, e questionar suas métricas de negociação. Querem decifrar se estamos realmente interessados em firmar uma parceria de confiança e não apenas de interesse do dinheiro pelo dinheiro. Eles são capazes de ver um bom negócio e uma boa negociação a quilômetros de distância, e sim, exista alguns destes que faça tudo isso de maneira intuitiva e sem auxílio de técnicas de negociação, e são em sua maioria assertivos na condução dos seus negócios.
Os Negociadores de Elite não querem ser tratados apenas como prospects, dentro de um funil de vendas em seus CRM'S, eles exigem algo mais, e esse algo mais é a sua presença de maneira física e imersiva sem as técnicas e tecnológicas rebuscadas de marketing. Eles não querem perder o valor da personalização do atendimento, eles exigem um relacionamento interpessoal. É de responsabilidade dos profissionais que estão atuantes na ponta das negociações a sensibilidade, é imprescindível que identifique os "N. E" para prestar o atendimento mais adequado possível, pois dessa maneira a possibilidade de êxito é potencializada.
Não faz muito tempo que me deparei com um cliente com essas características e foi por conta da tratativa interpessoal que a negociação foi realizada com sucesso para ambos.
Sei que é importante nos moldarmos as novas condições, é importante ser flexível e suscetível as mudanças, mas essa postura não pode fazer com que sejamos negligentes com aqueles que não são.
O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. Romanos 14:3
Ainda existem aqueles que acreditam que o peso da palavra, a força do aperto de mão e o encontro de um olhar, são sinais de segurança ainda que não haja papel algum para assinar. Práticas decorrentes de uma nova realidade são consideradas, práticas que nos trouxe até aqui não devem ser desprezadas.
Aparentemente voltamos ao normal, mas não tão normal assim.
PC Junior.
Excelente 👏
Ótima reflexão. Parabéns PC!